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CPMI ouve dirigente ligado a fraudes no sistema do INSS
Igor Dias é acusado de desviar milhões de aposentadorias
Radioagência Nacional - Por Pedro Lacerda
Publicado em 11/11/2025 11:55
Notícias
© Foto Bruno Spada/ Câmara dos Deputados

O empresário Igor Dias Delecrode, dirigente da Associação de Amparo Social do Aposentado e Pensionista, ou AASAP, foi ouvido nesta segunda-feira pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga fraudes em aposentadorias e pensões do INSS.

Amparado por um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal, o empresário não respondeu a maioria das perguntas formuladas pelos parlamentares.

Segundo as investigações da Polícia Federal, as 4 entidades associativas que tinham relações com Igor Dias teriam faturado mais de 700 milhões de reais em descontos indevidos. Ele é apontado como proprietário de uma das principais empresas fornecedoras de ferramentas eletrônicas utilizadas para fraudar o sistema de biometria facial do INSS.

Para o relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar, do União Brasil de Alagoas, o investigado não explicou como encontrou tantas brechas no sistema previdenciário brasileiro.

“O papel dele era no núcleo tecnológico, ou seja, ele deu uma aparência de legalidade a tudo aquilo que foi feito por meio de falsificação. [...] mas o que eu queria saber dele não é a participação dele, eu queria que ele desvendasse essas brechas legais dentro do sistema previdenciário brasileiro”.

Relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o Coaf, comprovam que o dinheiro arrecadado pela associação era desviado pelo grupo de Igor Dias para sua própria empresa.

Os documentos também mostram que eles fizeram transferências a parentes de dirigentes do INSS, além de gastar milhões com carros esportivos, joias e embarcações. Uma fintech e uma construtora também são alvos das investigações.

O deputado Kim Kataguiri, um dos autores do requerimento de convocação de Igor Dias, explicou que o depoente tem várias empresas de TI, responsáveis pela validação de assinaturas, e que foram utilizadas pelos sindicatos para efetuarem os descontos associativos.

“Ele foi dirigente de três ou quatro associações que utilizaram a própria empresa dele, ou seja, ao mesmo tempo que ele era dirigente de sindicatos que desviava dinheiro de aposentado, ele usava as empresas dele para validar aquelas assinaturas falsamente”.

Durante o interrogatório, diversos parlamentares criticaram a decisão do ministro do STF Gilmar Mendes de conceder habeas corpos para o empresário.

 

Igor Dias começou seu depoimento se apresentando rapidamente e depois passou a palavra para o seu advogado, Levy Magno, explicar o que chamou de exercício de direito ao silêncio.

 

SONORA ADVOGADO

“Eu dizia agora nesse último despacho no gabinete do ministro Gilmar Mendes, é importante que para a defesa técnica, e eu quero pedir mil desculpas a vossas excelências, mas faço o papel na sua totalidade em favor daquele que se procura. E eu digo a vossas excelências o seguinte, e eu disse, ele é um investigado, ele não tem condições de assumir termo de compromisso e nem assumir o compromisso de dizer a verdade.”

 

A CPMI vai funcionar até 4 de dezembro. Um dos últimos depoimento previstos para este ano será do atual ministro da Previdência, Volney Queiroz, no dia 1º de dezembro.

Fonte: Radioagência Nacional
Esta notícia foi publicada respeitando as políticas de reprodução da Radioagência Nacional.
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